Indígenas unem pauta em defesa do clima e da Amazônia
A participação de representantes internacionais destaca a importância dos povos indígenas como líderes globais na batalha contra as alterações climáticas - Foto: Foto: BRUNO PERES/AGÊNCIA BRASIL
A 21a edição do Acampamento Terra Livre (ATL) acontecerá em Brasília, de 7 a 11 de abril. O ATL deste ano, promovido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e suas sete entidades regionais, incluindo a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), possui uma forte presença internacional, congregando líderes indígenas de nove nações da Bacia Amazônica, bem como de Canadá, ilhas do Pacífico e Austrália.
A participação de representantes internacionais destaca a importância dos povos indígenas como líderes globais na batalha contra as alterações climáticas, às vésperas da COP30, agendada para novembro em Belém, e já sinalizando para a COP31, agendada para dezembro na Austrália. A temática da tenda da Coiab, "Pelo Clima e Pela Amazônia: A Resposta Somos Nós", ilustra essa intersecção de questões e opiniões.
Entre os destaques internacionais estão os Pacific Climate Warriors, ativistas das nações das ilhas do Pacífico; a organização canadense Sacred Earth Solar, liderada por mulheres indígenas; e a Troika dos Povos Indígenas — articulação inédita com lideranças do Brasil, Ilhas do Pacífico e Austrália que busca garantir continuidade e protagonismo indígena nas COPs 29, 30 e 31.
Além disso, a presença do G9 da Amazônia Indígena — articulação entre organizações indígenas dos nove países da Bacia Amazônica — reafirma a conexão entre justiça climática, demarcação de terras e o fim da exploração de petróleo na Amazônia como bandeiras comuns e urgentes.
"O Acampamento Terra Livre 2025 será um espaço de convergência das demandas dos povos indígenas, desta vez não só do Brasil, receberemos lideranças da Bacia Amazônica, Austrália e Pacífico. Os povos indígenas ao redor do mundo têm suas próprias culturas, modos de vida e desafios diferentes a superar; O ATL será esse espaço de união as lideranças poderão dialogar sobre temas comuns, como a defesa de seus territórios, a proteção da biodiversidade e o enfrentamento da crise climática. Como guardiões das florestas, rios e mares, nossas vozes e conhecimentos tradicionais precisam estar presentes na construção de políticas climáticas e em espaços de decisão como a COP30", afirma o coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri.
Veja a programação completa do ATL
07/04: Cerimônia de abertura com delegações indígenas internacionais
09/04: Mesa sobre transição energética justa com mulheres indígenas do Canadá
10/04: Marcha "A Resposta Somos Nós" com delegações internacionais
11/04: Mesa sobre a participação das crianças indígenas como autoridades climáticas
11/04: Pronunciamento internacional com lideranças do Pacífico e do G9